quarta-feira, 1 de agosto de 2012

iCulto_Digital: Capital social não é soma das potencias individuais e sim a potencia da cooperação social

iCulto_Digital: Capital social não é soma das potencias individuai...:      

       Capital social nada mais é do que, em suma, cooperação ampliada socialmente. Só pode haver produção de capital social se os seres humanos fizerem coisas que contradizem seus interesses imediatos, por exemplo, cooperar sem esperar recompensa imediata, proporcional ou prevista em prazo conveniente. Infelizmente o que vemos sem muito pudor é a visão de que o homem é naturalmente competitivo, transformando a cooperação apenas em uma ferramenta de busca racional para obter maiores ganhos futuros, mas como explicar que existe tanta cooperação espontânea no mundo?

       Supor que a competição seja uma característica inerente à natureza humana – porque o homem é um animal e os animais competem por recursos e, no caso dos primatas, também por poder (afirmativas muito questionáveis) é um axioma de uma ideologia moral. Sendo assim, competir não está no DNA e sim na cultura (na ignorância, na fé ou no cinismo). Então cooperar ou competir é uma questão de preferencia na escolha, e com certeza a primeira é a melhor escolha, por ser mais conforme a um comportamento universalmente observado de haver tanta cooperação espontânea no mundo real, o que não poderia haver com a mesma frequência observada, caso o ser humano fosse inerentemente competitivo.

      Os subdiscursos axiologico-normativos dos economistas, que mais parecem teorias morais e com frequência imorais, pregam a teoria econômica dos jogos, e nos coloca como um ser puramente racional e não como um ser emocional racional, o que justifica os limites das explicações que alguns economistas fornecem para a solução dos chamados dilemas da ação coletiva. Os seres humanos majoritariamente, na maioria das culturas, não escolhem com frequência a opção que seria racionalmente a mais vantajosa para si como indivíduos, por quanto trapacear não é uma opção emocionalmente confortável. Porém existe aqueles humanos que se satisfazem na disputa, na economia dos jogos, na luta pelo poder e nos resultados imediatos individuais: vermes!

       Há uma grande dificuldade de explicar por que tantas pessoas votam, fazem doações a entidades caritativas ou permanecem leais a seus empregadores e grupos políticos, haja visto que a maioria dos modelos de comportamento egoísta sugerem que é irracional e difícil obter soluções cooperativas. Deve-se perguntar: Por que há tantos discursos pregando a competição já que todos sabem que os seres humanos são sociáveis e são recompensados emocionalmente pelo reconhecimento social que advém do exercício da colaboração? De fato, o pressuposto básico da competição tem de estar presente para o esquema explicativo funcionar, legitimando (e contribuindo para reproduzir) um mundo de competição em que a explicação, então, funcione.

       A capacidade de produzir capital social é construída, fundamentalmente, pela capacidade que tem o ser humano de colaborar ou de cooperar com outros seres humanos. O último termo é melhor por ser mais abrangente: “co-laborar” evoca a noção de trabalhar em conjunto, enquanto que “co-operar” se refere a quaisquer (oper)ações conjuntas.

       O que nos faz humano é a linguagem que não é, fundamentalmente, o tamanho do cérebro o que torna possível, é o modo de conviver que surge da cooperação. E cooperação não se dá nas relações de dominação e submissão: A OBEDIÊNCIA NÃO É UM ATO DE COOPERAÇÃO.

observação: A maior parte do que está escrito foi retirado do texto "Uma Teoria da Cooperação Baseada em Maturana" do site Escola de Redes . https://www.facebook.com/escoladeredes 
Eu organizei e inclui algumas coisas. Não é plagio, mas sim re-produção resumida e direcionada.
Danilo Tavares.

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